A recuperação dos caminhões começou pelos modelos pesados. Desde o acumulado até agosto o segmento já havia passado para o positivo, anotando um sopro de alta de 0,8% sobre iguais meses de 2016. Com os licenciamentos até outubro esses modelos somam agora 14,5 mil unidades e acréscimo de 14,2% sobre igual período do ano passado.
“Eles vão puxar os demais segmentos, que ainda registram queda, mas ela vem diminuindo. Esperamos alta agora dos modelos médios e semipesados, mas isso vai depender do comércio de varejo”, afirma Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O mercado total de caminhões registrou no acumulado até outubro 40,4 mil unidades, mostrando que ainda persiste uma queda de 4,5% no setor como um todo. No entanto, outubro teve 5 mil unidades licenciadas e foi o melhor mês desde dezembro de 2015.
“Esperamos até o fim de 2017 superar os números do ano passado”, afirma Antonio Megale, presidente da entidade, que projeta pouco mais de 50 mil unidades até o fim do ano. O executivo ressaltou o bom ambiente sentido dentro da Fenatran, salão de transporte de cargas que este ano ocorreu pela primeira vez no São Paulo Expo. “O local é comparável ao de outros grandes eventos mundiais e houve fechamento de negócios por todos os fabricantes. Isso vai se refletir nos emplacamentos nos próximos meses”, garante Megale.
MERCADO EXTERNO CRESCE 41%
As exportações de caminhões alcançaram no acumulado do ano 23,8 mil unidades, registrando alta de 41% sobre o mesmo período do ano passado. O maior volume vendido ao exterior é o de semipesados, com 8,8 mil veículos e alta de 89,4% sobre o mesmo período de 2016. Em seguida vêm os pesados, com 8,2 mil embarques e crescimento de 25,5%.
“As exportações são positivas porque também favorecem os fabricantes locais de autopeças e mostram que nosso produto é competitivo. Vendemos não só para a Argentina, mas também para mercados como o Chile, que compra veículos do mundo inteiro. E somente para a Rússia já enviamos este ano 2.249 unidades, o que mostra que nosso produto está chegando a mercados não tão convencionais”, diz Megale.
PRODUÇÃO
Ajudada pelas vendas externas, a produção de caminhões no País cresceu 31,9% ao registrar 67,3 mil unidades no acumulado do ano. O maior volume é o de pesados: 26 mil unidades no período e crescimento de 48,9% sobre os mesmos dez meses de 2016. A maior alta ocorre para os caminhões médios, 86,2%. Resulta da montagem de 5,5 mil unidades durante o ano.
PERSISTE A QUEDA NAS VENDAS DE ÔNIBUS
De janeiro a outubro foram emplacados no Brasil apenas 9,4 mil ônibus, volume 4,4% menor que o anotado em iguais meses de 2016. No começo do segundo semestre as montadoras ainda apostavam em grandes licitações como a da cidade de São Paulo, o que não ocorreu. E a demora para aprovação de linhas como o Refrota (anunciado em dezembro do ano passado) também impediu a recuperação do segmento.
As exportações no acumulado até outubro somaram 7,7 mil unidades, registrando pequena queda de 4,7%. A retração ocorre porque 2016 já havia sido um bom ano para os embarques desse tipo de veículo. Os modelos urbanos responderam por 5 mil unidades exportadas. A Colômbia é um grande comprador de ônibus brasileiros e um acordo comercial com o país deve entrar em vigor no início de dezembro, o que certamente vai favorecer novos negócios.
A produção total no acumulado do ano somou 17,7 mil unidades e alta de 9,6% sobre o mesmo período do ano passado. Os urbanos representam 13,6 mil do total e cresceram 11,6% sobre o mesmo período de 2016.
Fonte: Automotive business.