Como todo bom proprietário de caminhão, você pretende cuidar da sua máquina da melhor forma possível, correto? Afinal, ele é seu instrumento de trabalho e precisa estar em boas condições para ser confiável e funcionar adequadamente.
O problema é que diversos hábitos antigos em relação à mecânica de caminhões já não são necessários, além de não oferecerem proveitos ao veículo.
Para auxiliar você no cuidado com o caminhão, apresentamos neste artigo 10 mitos e verdades sobre a mecânica de caminhões. Acompanhe!
MECÂNICA DE CAMINHÕES: O QUE É IMPORTANTE SABER
Manter um veículo com a parte mecânica em dia é uma excelente maneira de evitar diversos problemas nos trajetos. Quando o assunto é caminhões, então, a necessidade de realizar manutenções dentro do período recomendado é ainda mais relevante, já que qualquer defeito pode ser potencializado em um veículo de grande porte.
É necessário que um mecânico especializado realize a revisão conforme as características de cada tipo de caminhão, para que o processo seja feito com eficiência. Por exemplo, em modelos Scania, os próprios componentes Scania são indispensáveis para diminuir a incidência de problemas.
O primeiro grande motivo para estar com a manutenção em dia é a segurança no trânsito, que nada mais é do que uma iniciativa preventiva. Isso porque os caminhões ocupam grande parcela das ruas, estradas e vias, o que os torna responsáveis por boa parte dos acidentes de trânsito.
Infelizmente, as ocorrências são sempre parecidas: a carreta, grande como ela só, perde a eficiência dos freios repentinamente ou apresenta grave defeito no motor ou no eixo de direção. Essas ocorrências, entretanto, podem ser evitadas por meio de inspeções de rotina.
Quem viaja com todas as preventivas em dia dificilmente vivencia falhas mecânicas e, quando elas ocorrem, se tornam mais fáceis de resolver.
VANTAGENS DE CUIDAR DA MECÂNICA DE CAMINHÕES
Como já foi possível perceber, ter atenção aos componentes dos veículos de grande porte beneficia não só a máquina, mas também o próprio condutor. A seguir, apresentamos outras vantagens de se manter em dia os cuidados com a mecânica de caminhões.
MELHORIA DO DESEMPENHO DO VEÍCULO
As ações preventivas ajudam a identificar diversos problemas em componentes que podem prejudicar o desempenho de outras ferramentas quando funcionam em conjunto.
Peças estragadas exigem mais esforço do motor, o que aumenta o consumo de diesel e desgasta outros sistemas e componentes. Com a manutenção, seu caminhão performa muito melhor.
REALIZE MANUTENÇÕES PREVENTIVAS
Essas manutenções saem bem mais em conta do que as manutenções corretivas. Pode ter certeza de que não fica barato efetuar trocas de peças fora do prazo indicado pelo fabricante.
Além disso, se você espera a peça estragar e só então faz a substituição, o bolso sofre muito mais. Para economizar, a melhor saída é prever problemas e antecipar soluções.
Confira o manual do proprietário e marque corretamente a preventiva do seu caminhão. Por vezes, um componente pequeno e barato pode ocasionar sérios problemas, caso venha a dar defeito.
10 MITOS E VERDADES SOBRE MECÂNICA DE CAMINHÕES
Não é só nas cidades e em alguns estabelecimentos que rumores se espalham. Isso também ocorre nas estradas! Por isso, é preciso estar atento para não se deixar levar por argumentos de motoristas (e mecânicos) ultrapassados.
Confira agora alguns mitos e verdades sobre mecânica de caminhões.
1. FREIO MOTOR É NECESSÁRIO NO CAMINHÃO?
Vários motoristas questionam a usabilidade desse freio. Alguns dizem que ele superaquece o motor, prejudica os coletores do escapamento e atrapalha na hora de puxar o óleo do cárter, devido à alta pressão. Mas muito cuidado!
Além de manter a segurança do caminhão na estrada, especialmente nas descidas mais íngremes e longas, o freio motor conserva as lonas e tambores de freio, evitando que eles se aqueçam e parem de funcionar.
Outros pensam que o freio motor aumenta o consumo de diesel, mas ocorre justamente o contrário. Quando esse sistema é acionado, a injeção de combustível é contida instantaneamente, fazendo o motor trabalhar sem queima.
2. ÓLEO NO CHASSI É BOM PARA EVITAR CORROSÃO?
Você costuma passar óleo de mamona no chassi do seu caminhão após lavá-lo? Se sim, deixe esse hábito de lado, pois o óleo aumenta o acúmulo de impurezas e de minério, gerando uma espécie de goma, o que prejudica os componentes do veículo.
Ele pode, ainda, ressecar objetos emborrachados, como vedações e mangueiras. A própria tinta do chassi já é anticorrosiva. Quer conservar e garantir a boa aparência do seu veículo e manter a parte mecânica sempre funcionando? Deixe-o sempre limpo, utilizando produtos próprios e seguros e, quando a pintura estiver danificada, faça rapidamente o reparo.
3. DESCER NO PONTO MORTO ECONOMIZA COMBUSTÍVEL?
Ao descer na “banguela”, a injeção eletrônica interpreta que o motor está em marcha reduzida e direciona ainda mais diesel para o motor. Ou seja, você consome ainda mais combustível.
Entretanto, o sistema de injeção é bastante inteligente, pois é programado para liberar combustível quando o motorista usa o freio motor sem acelerar. Ele entende que, nas ladeiras, o próprio peso da carreta pode mantê-la em movimento.
Dessa forma, ao fazer descidas em ponto morto, você coloca sua segurança em risco, por causa da insegurança causada pelo caminhão desengatado, e a efetividade do freio pode ficar comprometida quando precisar ser acionado de forma brusca.
4. É PRECISO AQUECER O MOTOR ANTES DE INICIAR UMA VIAGEM?
O costume de aguardar 10 ou 15 minutos com o veículo ligado antes de viajar não é mais necessário. Essa prática vem de uma época em que os sistemas eletrônicos não existiam, como a famosa injeção eletrônica. Nos caminhões da atualidade, o sistema consegue controlar o volume correto de combustível de acordo com a temperatura do motor.
Os óleo lubrificantes, por sua vez, passaram por melhorias, graças aos materiais que permitem funcionar com viscosidades diferentes, independentemente da temperatura. Ou seja, não importa mais se o motor está quente ou não.
Já as demais partes mecânicas, como transmissão ou freios, só serão aquecidas com o veículo em movimento. Portanto, antes de sair, dê partida e aguarde somente até inflar os balões do freio de ar. Assim, você economiza combustível e tempo.
5. O ADITIVO DO RADIADOR É REALMENTE DISPENSÁVEL?
Esse é mais um mito que corre nas estradas. Muitos desconsideram essa informação, mas o líquido aditivo foi desenvolvido para transformar as propriedades da água.
Funciona assim: ele aumenta os períodos entre congelamento e fervura da solução, evitando que o líquido congele no inverno ou corra o risco de superaquecer no verão. Outro aspecto relevante do aditivo são suas características anticorrosivas, que conservam o motor.
6. A VÁLVULA TERMOSTÁTICA ATRAPALHA O FUNCIONAMENTO DO MOTOR?
Alguns caminhoneiros desconsideram a utilização da válvula termostática. A ferramenta controla a circulação do líquido de resfriamento entre o motor e o sistema do radiador.
Por exemplo, quando o motor está frio, a válvula mantém a solução circulando somente nele, para esquentá-lo mais depressa. Desse modo, quando a temperatura correta de funcionamento é atingida, essa válvula se abre e libera a circulação para o radiador.
Essa crença existe há muito tempo, porque esse componente apresentava muitas falhas no passado, quando a única solução era removê-lo e manter o motor sempre com a mesma temperatura.
Atualmente, os defeitos são poucos, porém alguns motoristas ainda retiram o equipamento, igualando a temperatura em todo o conjunto, o que diminui a capacidade de arrefecimento para 50%. Com isso, o aquecimento do motor torna-se mais demorado, ao mesmo tempo em que as chances de ele superaquecer é maior, estragando peças rapidamente.
7. É PRECISO ACELERAR ANTES DE LIGAR E DESLIGAR O CAMINHÃO?
Um vício antigo é o de acelerar o veículo ao ligá-lo. Essa prática vem de um período em que os carburadores falhavam e impediam o arranque do caminhão.
O problema era que, justamente quando o motor acionava, a bomba de óleo ainda não estava funcionando adequadamente a fim de lubrificá-lo direito — ao acelerar, o giro do motor aumenta, gerando um impacto entre as peças, por causa da ausência de óleo.
Com a chegada da injeção eletrônica, esse tipo de problema praticamente acabou. Portanto, basta girar a chave na ignição e pronto.
Outro costume errôneo é o hábito de acelerar o veículo antes de desligá-lo. Com essa atitude, o sistema de antigamente armazenava diesel a mais, facilitando partidas posteriores. Muita gente acredita que isso também ajudava o óleo a percorrer motor.
No entanto, quando o caminhão fica parado, o líquido escorre para a área mais baixa e assenta, não sendo viável para a próxima partida.
Além disso, a pior consequência desse tipo de prática é aumentar o giro do motor, acelerando a turbina, que roda em velocidades altíssimas. Com o corte da ignição logo depois, pode haver prejuízos a esse mecanismo, já que a turbina permanecerá girando por inércia, porém sem a lubrificação apropriada. Isso diminui a durabilidade do componente e pode até estragá-lo.
Portanto, a forma correta de desligar o caminhão é aguardar entre 30 e 60 segundos para, só então, retirar a chave da ignição sem pressionar o acelerador.
8. O PNEU DEVE SER CALIBRADO FRIO?
Essa é uma verdade. A calibragem dos pneus — além de obrigatória antes de qualquer trajeto, para colocar a pressão correta — deve ser feita com eles frios, já que assim a borracha fica mais rígida.
Pressões irregulares, principalmente inferiores, causam desgaste precoce e desestabilizam o caminhão. Fique atento!
9. ÁREAS ALAGADAS DEVEM SER ATRAVESSADAS EM BAIXA VELOCIDADE?
Correto. Como a aerodinâmica do caminhão joga a água para cima, ela pode entrar no filtro de ar — que fica próximo à grade, na altura do farol.
Outra recomendação é andar lentamente para ter controle sobre a profundidade do local, bem como perceber possíveis desníveis, que podem modificar subitamente a profundidade da inundação.
Siga vagarosamente, fique atento e acompanhe a passagem de outros veículos com porte semelhante ao seu. Assim, você terá noção se poderá avançar ou se terá que desistir da travessia.
Apesar dessas dicas, o melhor é evitar atravessar alagamentos, principalmente se sua carreta não for tão nova, pois os problemas podem aparecer semanas depois. A água pode comprometer os faróis, os rolamentos dos esticadores da correia, a parte elétrica (se estiver com a vedação ressecada), a ventoinha do radiador e até o sistema de embreagem.
10. USAR PEÇAS DE SEGUNDA MÃO PODE SER PREJUDICIAL PARA O CAMINHÃO?
A maioria dos motoristas se deparam com essa alternativa e não compreendem a dimensão do problema. Ainda que o prazo esteja apertado, utilizar peças de segunda mão para economizar não é uma boa ideia.
Essa prática muitas vezes é vista pelos motoristas como um recurso mais econômico e, em alguns aspectos, mais rápido, já que em algumas situações, sobretudo durante o trajeto, é necessário fazer a troca imediata.
É importante, entretanto, se conscientizar sobre a diferença de qualidade para evitar frustrações maiores. Afinal, peças usadas afetam toda a parte mecânica de caminhões e podem, inclusive, ocasionar acidentes.
O maior problema disso tudo é não saber a procedência da ferramenta a ser instalada, ou seja, se a vida útil ainda está valendo e se ela realmente está em boas condições para ser comercializada.
Caso você adquira um jogo de peças de origem duvidosa, é bem provável que você tenha que gastar novamente para comprar um novo conjunto. Portanto, não se deixe convencer pelo preço e pelo desespero de continuar a viagem o mais rápido possível.
Esperamos que este conteúdo tenha ajudado a esclarecer os mitos e verdades sobre mecânica de caminhões. Se você colocar todas as recomendações em prática no dia a dia, certamente prestará melhores serviços aos seus clientes, cuidará da sua segurança e conservará o veículo para uma troca futura!
Fonte: Wlmscania