Pode faltar caminhão pesado este ano
A conclusão é da Fenabrave, associação dos concessionários de veículos, ao analisar o cenário da indústria e o ritmo das vendas do segmento na terça-feira, 3, durante a apresentação do balanço do mercado de distribuição à imprensa em São Paulo.
Segundo seu presidente, Alarico Assumpção Júnior, a retomada do mercado de caminhões está maior do que a esperada. No entanto, com a queda acentuada dos últimos três anos, as montadoras reduziram drasticamente sua força de trabalho e agora a capacidade atual de produção dos modelos pesados e extrapesados é limitada, uma vez que a maioria das fábricas ainda trabalha em um único turno.
O executivo afirma que a reprogramação das fábricas está mais lenta também por causa de peças importadas, que demoram para chegar ao País, o que aumenta ainda mais a lentidão na produção. Para Assumpção, o aumento das exportações para outros mercados aquecidos também é um limitador. “O que fará com que outros segmentos passem a complementar essa falta de caminhões pesados e extrapesados”, comenta.
A produção e as vendas de caminhões estão comprometidas até setembro”, revela o presidente da Fenabrave.
Os dados da Fenabrave comprovam a retomada aquecida: no primeiro trimestre, os emplacamentos totais de caminhões subiram 51,6% na comparação com mesmo período do ano passado, ao superar as 14,6 mil unidades. Assumpção Júnior faz questão de lembrar que a base de comparação é baixa – no ano passado, as vendas do segmento não passaram de 9,7 mil unidades. E parte dos emplacamentos neste início de ano ainda reflete negócios realizados durante a Fenatran, em outubro passado. “A procura está maior que a oferta, porque os clientes ficaram sem comprar praticamente nos últimos dois anos e meio. A frota é antiga”, argumenta.
Com o mercado em ritmo acelerado, o setor de distribuição revisou sua previsão para o ano e agora espera vender 17% mais caminhões em 2018 na comparação com 2017, para algo em torno de 60,1 mil unidades. Em janeiro, sua previsão anterior apontava que o mercado ficaria nas 57 mil unidades este ano, o que representaria aumento de 9,5% sobre o volume de 2017, que foi de um pouco mais de 52 mil caminhões.
Para o setor de pesados, que inclui caminhões e ônibus, a entidade espera aumento de 13,9% na soma dos volumes, para pouco mais de 76,5 mil veículos. O número só não será maior, de acordo com os números, porque a previsão para o segmento de ônibus diminuiu: em janeiro, os concessionários esperavam um mercado total de 15,9 mil ônibus, alta de 5,4% sobre os 15,1 mil emplacados em 2017, e agora, a previsão é de que o volume fique em 15,5 mil, cujo avanço passa para 3,3%.
Fonte: Automotive Business